Catástrofe... mas que catástrofe? Outra vez solteiro, ligar aos velhos amigos das farras, voltar aos locais sagrados, sem horários para chegar a casa, jantaradas das antigas, seduzir “miúdas” à grande, apartamento sem reservas de admissão... o que é que eu poderia querer mais? Termina o orgasmo e como mandam as regras, lá vem o indispensável cigarro na varanda para voltar à Terra e reflectir:
- Telefono aos velhos amigos e atendem-me as respectivas esposas que me dizem que eles não podem vir ao telefone porque estão a dar banho ao filho.
- Locais sagrados... O Swing das quartas-feiras já não existe, o Cais 447 já era, na Ribeira é muito perigoso e na Industria onde as grandes enchentes proporcionavam apertos e tangentes agradáveis encontrei dez bêbados a dançar.
- Pois, realmente não tenho hora para chegar a casa, esqueci-me é que na manhã seguinte quem me espera já não se chama Professor, chama-se Patrão.
- Programei jantares para todos os fins-de-semana, consegui ir aos dois primeiros, só depois reparei que a ementa já não estava em Escudos, estava em Euros.
- Esta eu não costumava falhar, na minha altura eu era o maior a seduzi-las e lá fui eu à praia da luz onde elas não faltam, resultado: Elas eram bastantes mas ouviam musicas de uns tais de Tokio Hotel e falavam de um programa de tv chamado qualquer coisa com açúcar, peguei no meu BI e reparei que já não tinha dezoito anos e o melhor era sair dali rapidamente antes de ser acusado de ser amigo de um tal Cruz, Pedroso ou Rito.
- Por fim, de certeza que haveria companhia feminina para um jantar e respectiva noitada no MEU e só MEU apartamento, mas quem é que quereria jantar no chão porque não há mesa ou beber um champanhe quente porque não há frigorifico...
Catástrofe...mas que catástrofe? Não vou ser tão pessimista e utilizar esta expressão tão forte, vou chamar-lhe simplesmente TRAGÉDIA.
Um Bongo