sábado, 11 de outubro de 2008

Como enlouquecer um homem (obrigado Carlos)

Mulher - Onde vais?
Homem - Vou sair um pouco.
F
M - Vais de carro?
H - Sim.
M - Tens gasolina?
H - Sim... pus ontem.
M - Vais demorar?
H - Não... coisa de uma hora.
F
M - Vais a algum lugar específico?
H - Não... só andar por aí.
M- Não preferes ir a pé?
H - Não... vou de carro.
M - Traz um gelado para mim!
H - Trago... que sabor?
F
M - Manga.
H - Ok... quando vier eu compro.
M - Quando vieres?
H - Sim... senão derrete.
M - Passas lá agora, compras e deixas aqui.
H - Não... é melhor não! Quando vier...é rápido!
F
M - Ahhhhh!
H - Quando eu voltar eu como um gelado também!
M - Mas tu não gostas de manga!
H - Eu compro outro... de outro sabor.
M - Mas assim fica caro... traz de morango!
H - Eu não gosto também.
F
M - Traz de chocolate... nós gostamos os dois.
H - Ok! Beijo... volto logo...
M - Ei!
H - O que?
M - Chocolate não... Flocos...
H - Não gosto de flocos!
F
M - Então traz de manga para mim e o que quiseres para ti.
H - Foi o que sugeri desde o início!
M - Estás a ser irónico?
H - Não...! Vou indo.
M - Anda aqui dar-me um beijo de despedida!
H - Querida! Eu volto já... depois.
F
M - Depois não... quero agora!
H - Tá bem! (Beijo.)
M - Vais com o teu ou com o meu carro?
H - Com o meu.
M - Vai com o meu... tem leitor de Cd's... o teu não!
H - Não vou ouvir música... vou espairecer...
F
M - Tás a precisar?
H - Não sei... vou ver quando sair!
M - Não demores!
H - É rápido... (Abre a porta de casa.)
M - Ei!
H -Que foi agora?
F
M - Que horror.. que mau humor!! Vai embora!
H - Calma... estou a tentar sair e não consigo!
M - Porque é que queres ir sozinho? Vais-te encontrar com alguém?
H - O que queres dizer?
M - Nada... não quero dizer nada!
H - Espera lá... achas que te ando a trair?
F
M - Não... claro que não... mas sabes como é, nunca se sabe!
H - Como é o quê?
M - Homens!
H - Generalizando ou a falar de mim?
M - Generalizando.
H - Então não é meu caso... sabes que eu não faria isso!
F
M - Tá bem... então vai.
H - Vou.
M - Ei!
H - Que foi, carago?
M - Leva o telemóvel, estúpido!
H - Para quê? Para me tares a ligar?
F
M - Não... caso aconteça algo, estás com o telemóvel se for preciso.
H - Não... não te preocupes...
M - Olha... desculpa pela desconfiança. .. estou com saudades... só isso!
H - Ok meu amor... Desculpa se fui mau pra ti.. eu Amo-te!
M - Eu também!
F
M - Posso jogar no teu telemóvel?
H - Para quê?
M - Sei lá! Só um joguinho!
H - Queres o meu telemóvel para jogar?
M - Sim.
H - Tens a certeza?
F
M - Sim.
H - Liga o computador.. . Tem lá um monte de joguinhos!
M - Não sei mexer naquela lata tão velha!
H - Lata velha? Comprei para nós no mês passado!
M - Tá.. ok... então leva o telemóvel senão eu vou jogar com ele...
H - Podes mexer então... não tem nada que não possas ver...
F
M - Sim?
H - Sim.
M - Então onde está?
H - O quê?
M - O que deveria estar no telemóvel mas não está...
H - Como!?
F
M - Nada! Esquece!
H - Tás nervosa?
M - Não... não tou...
H - Então vou!
M - Ei!
H - Que ééééééé?
F
M - Já não me apetece o gelado ta?
H - Ah é?
M - É!
H - Então eu também já não vou sair!
M - Ah é?
H - É.
F
M - Que bom!! Vais ficar comigo?
H - Não.. tou cansado... vou dormir!
M - Preferes dormir do que ficar comigo?
H - Não... vou dormir, só isso!
M - Estás nervoso?
H - Claro, porra!!!
M - Por que você não vais dar uma volta para espairecer?
F
FAVio (Resposável pelo post, mas não o autor)

domingo, 5 de outubro de 2008

A inocência de Mary

A inocência de um ser é inversamente proporcional à maturidade que vai adquirindo. As atitudes, os gestos, as expressões… são um conjunto de vectores que, somados, apontam para a personalidade própria que este vai aprendendo e constituem os sensoriais que devemos apurar e refinar ao longo do seu crescimento. Há momentos únicos, marcados por adjectivos difíceis, que nos fazem reflectir na razão ambígua da nossa existência. Acima de tudo, perceber que não vivemos sós e que, as decisões e iniciativas que achamos serem nossas…afinal são também de mais alguém. As crianças transportam uma ingenuidade única, capaz de amplificar as emoções mais extremas, de filtrar os prazeres dos desprazeres, mas inevitavelmente são feridas pela maturidade dos adultos que, inteligentemente, as moldam ao sabor dos seus interesses. No convívio com elas, é muito fácil e rápido transitarmos de um pedestal emocional para um fosso convenientemente criado nos frames da nossa vida. Mas, mais rápido e fácil terá que ser a nossa motivação para deles sairmos sem denunciarmos qualquer mágoa ou rancor perante a inocência no seu estado mais puro. Na realidade, há dois momentos muito importantes na nossa vida: um é quando nascemos e o outro é quando finalmente percebemos a razão da nossa existência. Peter Pan

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Uma posta para apagar o incêndio

Pois é… isto de editar uma vez por semana tem que se lhe diga, e 309195 visitas (a confiar nos dados dos “gadgets” do Google), é uma responsabilidade mediática que nos obriga a ter rigor no que escrevemos bem como nos prazos de entrega dos nossos artigos…
Além disso, não podemos ficar alheios ao facto de que deste nº, 299999 foram visitas registadas logo no primeiro dia. O que significa que dessa altura para cá houve um decréscimo de visitas assustador… Logo agora que estávamos a pensar em pôr por aqui hiperligações patrocinadas.
Quem se der ao trabalho de fazer as continhas vai ver que a afluência diária rondará as 700 visitas (pois pois), o que significa que relativamente ao primeiro dia, houve um decréscimo de 99,8% (isso eu já acredito!) E perguntava há meses o Um Bongo.
F
- Que catástrofe?
F
Na minha opinião a perda de “market share” é que é a catástrofe!
Será da escassez nas palavras?
Será o facto de um engenheiro electrotécnico não se safar com um electrodoméstico?
Ou será das lamechices entediantes do distinto autor deste(a) post(a)?
Provavelmente teremos de fazer uma operação semelhante à daquele jornal cujo nome é o primeiro dia do ano.
Perguntará agora o estimado leitor (apenas os admiráveis que tiveram paciência para chegar até aqui!):
Que relação terá este(a) post(a) com o título?
Desta vez a resposta reside na utilidade da post(a) (quase poético)! É que o presente acaba de sair do forno apenas com o fim de responder à urgente necessidade de manter a periodicidade desta digital publicação (nem vou tentar interpretar).
F
FAVio

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

DIV

Nos últimos dias tenho vindo a ouvir que foi proposto pelo governo alterações à lei do divórcio, e gostava de saber se estão inclusas nessas alterações a mudança do título que hoje se dá a quem decide enveredar por este regime. Porque é que tem que ser divorciado... não pode ser resolteiro, livre, disponível, autónomo, emancipado, experiente... é que sempre que refiro o meu estado civil, e tenho que referi-lo algumas vezes porque ou começo a andar com a mão esquerda no bolso ou então lá vem alguém muito preocupado perguntar-me se eu perdi o adorno que tinha no dedo, e após referir que estou divorciado lá vem a desconfiança, das duas três: ou fiz alguma coisa que não devia, e na versão feminina vem logo a traição e sou um malandro (versão não verdadeira), ou então as duas interpretações masculinas, ou a anterior (a feminina) e aí sou um herói “comilão” (versão completamente falsa), ou então a dos menos informados e essa reza que ela é uma malandra e não me fazia feliz (também versão não verdadeira), é que normalmente não consta do dicionário dos inquiridores o bom senso e o mutuo acordo (versão verdadeira). Assim sendo, talvez siga a sugestão da menina do balcão do registo civil da loja do cidadão, que ao entregar-me o meu novo B.I. e apontando o campo do estado civil onde agora constava DIV, me disse: “que bom para você, passou de casado para DIV(ERSOS)” ou para DIV(ERTIDO), e agora é só puxar pela imaginação e tirar o melhor proveito de estar inserido nestas categorias. Um Bongo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

oãxelfeR|Reflexão

Aqui há tempos vi, a propósito dos Jogos Olímpicos, uma reportagem sobre o João Rodrigues (vice campeão do mundo de windsurf). Fiquei impressionado pelo espírito pouco ‘Jok’ que possui, e além disso registei uma frase que ele proferiu:
F
“É só por acaso que nenhum dos erros que cometi ao longo da vida seja punível com pena de prisão.”
F
Na altura não lhe dei grande importância, mas nesta fase de reorganização mental, que já não tem qualquer relação com o divórcio, e cuja conclusão parece tardar, fez sentido recupera-la (podem portanto não ter sido exactamente estas as palavras utilizadas). Pois é, que eu saiba, também nunca cometi nenhum crime, já erros…
Um amigo com quem pratico vela de vez em quando tem por norma, quando tem de decidir uma manobra, a seguinte máxima:
F
“Na dúvida, deixar tudo como está.”
F
Esta, foi também a minha, pelo menos até há cerca de 11 anos, altura em que me fez perder aquela que vim a considerar a maior oportunidade que desaproveitei. Não digo que se tivesse tomado uma iniciativa, os acontecimentos me tivessem sido favoráveis, digo apenas que permiti que o contexto mudasse antes de partilhar a minha vontade.
Passei mais de 1 ano a arrumar a casa, e como consequência deste processo adquiri uma nova máxima:
F
“Decidir e depois agir.”
F
Evidentemente, ao passar a correr riscos, passei de facto a errar (destaca-se a minha primeira mudança de emprego SHI!!!), mas passei também a alcançar metas que antes tão pouco pensava que o pudessem vir a ser.
Recentemente voltei a ter a mesma vontade, e no contexto actual (quem diria?) não estava obrigado ao silêncio.
Pensei, decidi e depois agi! No entanto a minha iniciativa não foi bem recebida, talvez pela forma como o fiz, quem sabe pela altura em que o tenha feito, ou mesmo por ter sido eu! (Como disse um dia a um amigo: "Azar o meu!") Na verdade estou satisfeito por ter tido esta iniciativa, estou no entanto receoso pelo efeito que possa ter tido. Vou confiar que seja simplesmente arrumada na ala Norte da sala de troféus!
Aproveitando a reorganização que tenho de empreender, acho que é altura de refinar a minha máxima, finalmente incluindo uma velha sugestão da minha irmã:
F
“Go with the flow”
F
Vou portanto passar a decidir, e depois agir... Ao sabor da corrente! (Ou pelo menos tentar.)
F
FAVio

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Dolce Vita

Cá estou eu novamente à espera, hmm… apesar de ultimamente me ter tornado muito bom em esperar, confesso que neste momento estou a experimentar alguma dificuldade. É que a minha paciente atitude é pela minha companhia para o almoço, e começo a assistir a uma viva discussão entre as diversas partes do meu corpo… Os partidários da satisfação das necessidades fisiológicas (estômago, intestinos, etc.) ordenam-me que escolha imediatamente um dos restaurantes f.f. que me cercam e encete solitariamente o pseudo repasto que aqui me trouxe. Os defensores do “alimento social” (neste momento tenho tanta fome que não me recordo de nenhum) incentivam-me a aguardar pela minha companhia.
Ora aqui está ele!
[…]
Bom, este teria sido o ‘post’ mais espontâneo que já tinha escrito mas o habitual atraso acabou por tornar-se curto, e como já passaram alguns dias não me lembro das coisas fascinantes que iria escrever… Não tem mal, agora ando sempre com um caderno A5 e quando tiver um tempo morto, se me lembrar de algo, hei de escrever um ‘post in loco’…
Perguntará o estimado leitor *. Que relação terá este ‘post’ com o título? A resposta é à engenheiro… O cenário, é que a fascinante tanga que vos ia dar estava a ser inspirada pelo cheiro a fritos que pairava no requintado centro comercial do Américo…
Se repararem, a frase que acabei de escrever é um excelente teste de estado de espírito, vamos ler outra vez:
F
é que a fascinante tanga que vos ia dar estava a ser inspirada pelo cheiro a fritos que pairava no requintado centro comercial do Américo…"
F
E outra ainda:
F
é que a fascinante tanga que vos ia dar estava a ser inspirada pelo cheiro a fritos que pairava no requintado centro comercial do Américo…”
F
Li a frase 2 ou 3 vezes e fiz sempre interpretações diferentes, pelo que me lembrei que há dias um amigo comparou a relação de um casal conhecido de ambos, com uma função sinusoidal. E imediatamente, não sei por que raio… revi o meu estado de espírito nesta função. A bem da verdade sempre foi assim, uns dias melhor e outros pior, e acho que todas as pessoas que conheço (ou quase) serão assim. O problema é a amplitude estar maior que o normal, mas mais alarmante que isso é facto de o meu ómega ter disparado! Contas por alto 0,00003 Hz deve ser a minha actual frequência natural, e embora pareça um nº pequeno, a verdade é que isto significa cerca de 3 ciclos completos por dia.
Acho que vou tentar classifica-lo com uma escala de -10 a 10 e registar de hora em hora, assim daqui a um mês poderei fazer uma transformada de Fourrier a mim próprio!!!
Pois é, acham que ia esquecer-me do pois é? Esta magnífica ideia deverá ter origem no excesso de tempo livre que ciclicamente me vai presenteando com a sua existência (e lá está a função seno outra vez!!!). Acho mesmo que terá sido deste modo que apareceram as ciências sociais.
F
FAVio.
F
* Como é evidente são tão poucos que os poderia enumerar, no entanto pareceu-me uma forma expedita de ocultar as vossas identidades :-)

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Afinal a casa não é minha...

Tem dois quartos – um para mim e outro para alguma visita esperada ou inesperada -, uma sala, uma cozinha e um quarto-de-banho. Se esta singela descrição fosse a razão do meu bosquejo, certamente não estaria a divagar neste teor, mas sim a dilacerar a minha vizinha de cima pelo trabalho que me deu este Domingo passado (já lá vamos…).
A descrição ligeira, em cima apresentada, resume o contexto físico que envolve o meu cenário quotidiano (em horário pós e, por vezes, laboral) e que, sem grandes surpresas, se assemelha ao meu pretérito mais do que imperfeito.
Adicionalmente, esta casa em que habito, apresenta algumas características que roçam a emoção e a tornam única perante a temida e crescente concorrência potencializada pelas agências imobiliárias que perseguem os tão procurados ‘T pequenos’ contra os freelancers recém-divorciados na busca de um simples tecto.
Começo por mencionar a varanda. Esta, fruto da paisagem que contempla (um mar muito liiindo!!), aconchega muitos corpos frios, sedentos de caipirinhas e de um triste (muito!) cigarro. Com base no livro de recordações, nela desfilaram ladies dos mais diversos gabaritos e origens, apenas estimuladas pelo barulho dos comboios e balanceadas pelas ondas do mar…
Aquele jardim que nela habita (vulgo floreira) testemunhou fardas do tamanho do mundo, vómitos aéreos (a tal história da vizinha de cima…) com os restos do belo jantar anterior, cinzeiros de prata (sim! aqui não se facilita…), belos corpos bronzeados nas cadeiras verdes, etc… Este mesmo jardim, assumo-o também como vital para o sucesso alcançado (pelos diversos intervenientes) nos serões de culinária – é ele que ‘segura’ as minhas salsas (‘Portuguesa de Amarante’ e Francesa) e a minha hortelã (aquela usada nos Mojitos). Apenas um senão: a salsa Portuguesa ergue-se como um pinheiro…vai levar motosserra para não cortar ‘as vistas’! Enfim… a varanda!
Outro sector da mesma casa é o quarto! Decorado fortemente pelo IKEA (grande amigo!) apresenta uma área XXL, apenas justificável para algumas tentativas de lançamento do martelo (sempre a ponderar o peso e a distância) ou actuações nocturnas de triplo salto com mortal e agachamento final, desde a prancha montada na soleira da janela. Este quarto, cuja persiana teima em manter-se aberta para conseguir acordar-me de manhã para ir trabalhar, permitiu-me entender a evolução do Homem até à descoberta da cama – aquele chão, apenas com uma capa plástica é um pouco duro! Tive mesmo que comprar a cama. Segundo registos do passado, e experiências mais recentes, aquele quarto apresenta um isolamento acústico unidireccional único – ouve-se a vizinha de cima a caminhar mas ela não ouve nada de baixo (a caminhar, claro)!
A sala! Local de peregrinação, repasto, trabalho e salão de baile. Esta sala, pela sua configuração geométrica semelhante a um rectângulo, testemunhou os melhores duos de salsa, kizomba, merengue e bachata alguma vez em exibição. Percebi na última festa realizada que os tapetes recolhem automaticamente e as cadeiras movem-se para a parede mais próxima – pista aberta! O sofá, com as pernas partidas (ainda ninguém se apercebeu!), foi já refúgio nocturno de almas que não encontravam o caminho para o quarto (talvez pela hora…ou não). A secretária com cadeira à patrão, testemunhou longas conversas telefónicas para o escritório e clientes diversos – de remela no olho, cueca apenas e o mar como paisagem… grande cenário para trabalhar!
Finalmente, tenho que referir o hall de entrada. Este, presenteou visitas com uma planta original de Arouca e um belo ‘Nu’ (oferecido por uma amiga muito especial), certificou corpos que nele passaram e testemunhou todo um ciclo da minha vida que ainda está a começar.
Reza a lenda que esta casa ‘agarra’ as pessoas. Eu não sei se vou acreditar, mas a verdade é que estou a passar nela alguns dos momentos mais felizes da minha vida. Como em todas as belas histórias, o final apresenta sempre um drama. O meu drama para esta descrição prende-se com a necessidade provável de ter que sair da casa… porque… afinal a casa não é minha. (o meu senhorio ainda não me confirmou a continuidade nela por mais um ano…)
Peter Pan

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Não há Pai para a minha MÃE...

Não é que eu alguma vez tenha posto em causa, mas a frequente frase, tantas vezes dita em vão, de que MÃE há só uma, nunca tão verdadeira se traduziu nos últimos tempos para mim.

Perdoem-me a escassez e a imodéstia nas palavras mas hoje queria mesmo era prestar homenagem a ESTA Heroína, e se ousasse transformar os sentimentos em palavras, certamente que este blog não teria dimensão suficiente para abarcar esta publicação.

Um Bongo.

sábado, 9 de agosto de 2008

Há vida em minha casa (para além das tomadas)

Pois é! Depois da fase em que se vai montando a mobília (build it your self), depois de arrumarmos a tralha toda que resume uma vida e depois de se ter adquirido toda a louça e adereços que achamos necessários, a casa deixa de ter mudanças significativas. Então sim… Pode-se saborear (o mel e o fel) da continuidade de morarmos só.
Comecemos pelo fel, realmente tornam-se desesperantes os dias e dias que passamos em que somos a única fonte de entropia dentro de um lar, aquilo que às vezes tanto desejamos (um pouco de silêncio), passa a ser o que mais tememos. A organização atinge cúmulos realmente exagerados, o lixo separado quase por cores e as compras arrumadas como que em estantes de hipermercados.
Li algures que quem vive só não deve encarregar-se da arrumação e limpeza da própria casa e deve contratar-se alguém que seja desorganizado/a. Se os objectos que vamos utilizando forem sendo arrumados em locais diferentes a cada semana, sem sabermos quais, temos um quebra-cabeças permanente que nos vai ocupando e gerando alguma metamorfose na casa!!!
Agora o mel :) fazer os nossos horários, ver os programas que queremos, sair à hora que nos apetecer sem prestar contas a quem quer que seja…
Mas o que estou a fazer? A verdade é que o mel também é fel e o fel também é mel!
Hoje escrevo do alto da burra! Estou de férias e finalmente faço uso do meu sofá “Brjuksa” ou lá o que é, que se converte em cama ‘king size’. Acabámos de almoçar, a minha sobrinha está a fazer a sua sestinha, a minha irmã e cunhado estão a ver um filme que um amigo me emprestou há meses para eu matar tempo e eu aqui ao lado a escrever qq coisa porque o Peter Pan me lembrou que havia de escrever algo esta semana. Daqui a pouco vamos todos para a praia e entretanto cheguei a um acordo perfeito, eles encarregam-se da culinária e eu da arrumação… Desta forma livro-me da necessidade de activar a minha veia criativa na cozinha, posso passar algum tempo com minha sobrinha antes de ela adormecer, o que acontece invariavelmente depois de almoçar ou jantar, e ainda garanto que fica tudo arrumado à minha maneira… Adoro ‘win-win situations’. Entretanto a minha casa conhece uma dinâmica a que não estou habituado, vivo dias felizes…
FAVio.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A vida nas tomadas

Dando continuidade ao esforço dos meus companheiros de estado social, chego a acreditar que, no limite, até os electrodomésticos ganham vida própria.

O período inicial, após incorrermos no vulgo “abandono do lar” (há quem goste de banalizar esta expressão, mas eu não! aqui segue a homenagem…), é determinante para rapidamente percebermos que os momentos de apoteose da manhã – tomar um duche, seguido duma limpadela a uma toalha de ‘risca ao meio’ (vincadinha até ao tutano) e, posterior vestir de uma cueca (designada, nos tempos pós-modernos, de ‘boxer’) dobrada e passada com um rigor quase maternal (passo a explicar) – têm origem não na nossa mãe, não na nossa ex-mulher, mas sim numa tal Senhora, cujo nome vai mudando a cada pedido de aumento.

Mas mais angustiante se torna quando percebemos que o processo que decorre entre o largar a roupa numa cesta e o enfiar subtilmente no nosso corpo, é preenchido pela utilização de um electrodoméstico (deveras misterioso). Aí sim! Percebemos que não basta um frigorífico (alguns até sem ele…) e um fogão, mas também necessitamos de uma máquina de lavar roupa. O que aparentava ser um acto de alguma sofisticação (até porque existem dezenas de modelos diferentes para o mesmo objectivo, envolvem padrões de qualidade ambiental, etc…modernices), rapidamente de optimiza e acelera quando já não temos mais espaço na cesta, não temos mais meias lavadas para vestir e, principalmente (que bomba!), quando a empregada da loja se esforça em explicar que, naquele modelo específico de máquina, ‘a nossa esposa pode lavar os tapetes e os edredons’ (como se isso fosse realmente possível…crentes!).

Adquirido o produto, seguem-se as primeiras experiências. Seguindo a traça regionalista dos que ‘pensam que sabem de tudo’, com os manuais já no caixote do lixo, mandei a roupa todinha para dentro da máquina. Com a confiança que se segue neste tipo de perfil, fui dormir enquanto lavava. O melhor sono do Mundo decorria (sim, porque um colchão é um luxo nalgumas paragens) quando, subitamente, parecia que estavam a arrombar a porta de casa com especial interesse nas bacias plásticas normalmente utilizadas na substituição do sistema de rega automática, actualmente inoperacional. Sem reflectir, dirigi-me, em passo de corrida e somente com o boxer vincado, para a zona do barulho quando, afinal, todo ele provinha da recém-adquirida máquina de lavar roupa que, incompreensivelmente, pulava entre a parede e o chão da cozinha. Sincronizado com todo este barulho, o meu vizinho de baixo demonstrava as suas habilidades musicais com o dedo indicador na minha campainha. Tinha duas opções: largava a máquina, continuavam os pulos mediáticos, e apresentava-me naquele contexto à vizinhança como sendo o novo ‘vizinho de cima’, ou mantinha-me deitado em cima dela até ‘acalmar’… Preferi a segunda opção.

Na segunda lavagem, ainda crente que o acontecimento anterior tinha uma razão meramente associada à juventude e irreverência do equipamento, decidi sentar-me ‘por perto’. Assim, a trabalhar no computador, mantinha os olhos focados no programa da máquina, à espera do momento crítico da centrifugação – aquele era, para mim, o clímax onde resultavam os pulos irreverentes. Assim foi. Mal iniciou o ciclo problemático, antes que tivesse a oportunidade de me fazer apresentar novamente à vizinhança, sentei-me em cima da máquina. Mais uma vez o meu peso não conseguia conter a juventude daquela peça tecnológica. Optei por desligar a máquina, torcer a roupa manualmente e seca-la em três dias… que desafio! Após diversas reuniões com os maiores experientes neste tipo de assunto (recém-divorciados e em vias de) e ter colectado algumas opiniões (nomeadamente a distribuição desequilibrada do peso da roupa, etc…) houve uma que fez mais sentido – as molas de retenção do tambor não foram removidas! O diagnóstico confirmou-se e, surpreendentemente, pela voz de uma amiga a quem ainda hoje devo a qualidade do bem-estar que desfruto (a casa e a máquina de lavar roupa silenciosa…).

Peter Pan

sábado, 26 de julho de 2008

Catástrofe... mas que catástrofe?

Catástrofe... mas que catástrofe? Outra vez solteiro, ligar aos velhos amigos das farras, voltar aos locais sagrados, sem horários para chegar a casa, jantaradas das antigas, seduzir “miúdas” à grande, apartamento sem reservas de admissão... o que é que eu poderia querer mais? Termina o orgasmo e como mandam as regras, lá vem o indispensável cigarro na varanda para voltar à Terra e reflectir:

- Telefono aos velhos amigos e atendem-me as respectivas esposas que me dizem que eles não podem vir ao telefone porque estão a dar banho ao filho.

- Locais sagrados... O Swing das quartas-feiras já não existe, o Cais 447 já era, na Ribeira é muito perigoso e na Industria onde as grandes enchentes proporcionavam apertos e tangentes agradáveis encontrei dez bêbados a dançar.

- Pois, realmente não tenho hora para chegar a casa, esqueci-me é que na manhã seguinte quem me espera já não se chama Professor, chama-se Patrão.

- Programei jantares para todos os fins-de-semana, consegui ir aos dois primeiros, só depois reparei que a ementa já não estava em Escudos, estava em Euros.

- Esta eu não costumava falhar, na minha altura eu era o maior a seduzi-las e lá fui eu à praia da luz onde elas não faltam, resultado: Elas eram bastantes mas ouviam musicas de uns tais de Tokio Hotel e falavam de um programa de tv chamado qualquer coisa com açúcar, peguei no meu BI e reparei que já não tinha dezoito anos e o melhor era sair dali rapidamente antes de ser acusado de ser amigo de um tal Cruz, Pedroso ou Rito.

- Por fim, de certeza que haveria companhia feminina para um jantar e respectiva noitada no MEU e só MEU apartamento, mas quem é que quereria jantar no chão porque não há mesa ou beber um champanhe quente porque não há frigorifico...

Catástrofe...mas que catástrofe? Não vou ser tão pessimista e utilizar esta expressão tão forte, vou chamar-lhe simplesmente TRAGÉDIA.

Um Bongo

sábado, 19 de julho de 2008

Alojamento

Pois é! Acho que vou iniciar todos os meus ‘posts’ com “pois é”. Quando saímos de casa, porque na nossa sociedade nada sexista a atitude correcta da parte do homem de um casal que se separa, é voluntariar-se para sair, há que resolver um problema logístico. Infelizmente quando o fiz ainda não tinha visto lá a solução que arranjaram para um determinado grupo de moradores de um bairro que insatisfeitos com o local onde moravam, se concentraram na praça de um determinado município. Bastar-me-ia acampar na Avenida dos Aliados que alguém resolvia o problema! Como sou um pouco mais limitado do que as pessoas que referi, simplesmente pedi ao meu melhor amigo para ficar em sua casa, desta forma resolveu-se também a minha necessidade de partilhar o turbilhão que ia dentro de mim. Vivi portanto feliz, para os próximos dois dias! Claro que dois homens TEIMOSOS a morar num T1 é arriscado, logo o melhor é encurtar uma aventura destas o mais possível. Nesta altura ainda não tinha conversado com a minha ex mulher para acertar pormenores como a partilha de bens, não sabendo por isso se iria ou não ficar com o apartamento que tínhamos adquirido em conjunto. Isto inviabiliza um contrato de arrendamento, sendo que a aquisição de outra casa, nesta fase seria impensável! A solução para mim foi uma pensão, aquela foi fantástica, porque apesar de fria (alto inverno) tinha pormenores interessantes para quem teme a solidão, Uma pensão que também é café e restaurante terá sempre alguém disposto a encetar uma conversa de circunstância, nem que seja para determinar quem é o melhor recauchutador de pneus para camião em Portugal. Além de tudo isto, para encontrar um bom negócio de arrendamento, não podemos ter pressa, até porque com a quantidade de divórcios que para aí vai os T0 e T1 chegam a ser mais caros que T2 e T3… No mesmo prédio!!!
FAVio

sábado, 12 de julho de 2008

O Divórcio (três pontinhos)

O divórcio... esse substantivo... faz antever um conjunto de emoções, ocorrências e decisões que por vezes ultrapassam o limite do nosso sentido de racionalidade. Enfim, quando um relacionamento atinge esta necessidade, torna-se complicado diferenciar este sentido. A origem das razões e dos elementos indutores podem ser as mais diversas, mas o objectivo final, tendencialmente, é o mesmo: a procura da felicidade individual de cada um dos elementos que, a não existir, inibirá para sempre a felicidade conjugal. Podemos admitir algum nível de altruísmo nesta interpretação, mas mais profunda e seriamente deveremos avaliar e admitir a nossa posição como elemento de um casal condicionado e sem prumo, e reposicionarmo-nos. Pela minha parte, os próximos posts serão, ao contrário deste introdutório, bem mais divertidos e transmissores das melhores experiências que algum recém-divorciado pode experimentar...ou não.
Peter Pan

domingo, 6 de julho de 2008

Depois da Separação

Pois é! As separações entre casais nunca são iguais, e nós somos a prova disso mesmo. Somos uns quantos amigos que tivemos o infortúnio de ter-mos posto fim às nossas relações matrimoniais, pelos vistos todos tivemos problemas diferentes, causas diferentes, processos diferentes. Algumas separações são consensuais, outras são alvo de resistência por parte de um dos cônjuges, mas nenhuma se processa de ânimo leve. Mais… Todas provocam grandes alterações na forma de viver de cada um, e a consequente necessidade de adaptação a essa nova forma de vida. É este assunto que pretendo abordar neste blogue, pelo menos eu! Saí de casa (antiga casa) há 8 meses e passei por fases diferentes que me parecem ser comuns às de amigos que também escreverão aqui, veremos as diferenças e semelhanças das nossas experiências. Talvez possam ajudar quem tiver de percorrer este caminho, talvez divirta quem passe os olhos por estes Posts. Enfim, vamos ver o que sai…
FAVio