domingo, 5 de outubro de 2008

A inocência de Mary

A inocência de um ser é inversamente proporcional à maturidade que vai adquirindo. As atitudes, os gestos, as expressões… são um conjunto de vectores que, somados, apontam para a personalidade própria que este vai aprendendo e constituem os sensoriais que devemos apurar e refinar ao longo do seu crescimento. Há momentos únicos, marcados por adjectivos difíceis, que nos fazem reflectir na razão ambígua da nossa existência. Acima de tudo, perceber que não vivemos sós e que, as decisões e iniciativas que achamos serem nossas…afinal são também de mais alguém. As crianças transportam uma ingenuidade única, capaz de amplificar as emoções mais extremas, de filtrar os prazeres dos desprazeres, mas inevitavelmente são feridas pela maturidade dos adultos que, inteligentemente, as moldam ao sabor dos seus interesses. No convívio com elas, é muito fácil e rápido transitarmos de um pedestal emocional para um fosso convenientemente criado nos frames da nossa vida. Mas, mais rápido e fácil terá que ser a nossa motivação para deles sairmos sem denunciarmos qualquer mágoa ou rancor perante a inocência no seu estado mais puro. Na realidade, há dois momentos muito importantes na nossa vida: um é quando nascemos e o outro é quando finalmente percebemos a razão da nossa existência. Peter Pan

2 comentários:

Anónimo disse...

é verdade: os miúdos falam/vivem sem "filtros"...
é com pena que admito isto; é que a vida seria bem mais simples se não "evoluíssemos"... ou será isto uma regressão???

parabéns: a Mary é uma miúda fantástica!

Mike

Anónimo disse...

Às vezes, quando comparo o meu caso com o teu penso que tive a sorte de a minha separação não ter envolvido crianças.

Posso apenas imaginar o que tens pela frente, mas digo-te que quem tem sorte és tu...

Força, vale bem a pena!